Posicionamento Terapêutico

Bebês prematuros apresentam predomínio da musculatura extensora sobre a flexora, e, devido seu baixo tônus adquire uma postura anormal nas incubadoras. Normalmente, encontra-se com aumento da extensão do tronco, retração escapular, hiperextensão de pescoço, inabilidade de elevar a pelve, rotação externa e ampla abdução do quadril (ocasionando na postura de frog legs) e pés em eversão com extensão do hálux.

O que muitos profissionais que lidam com esses pequeninos se esquecem é que tais posturas anormais, mantidas pelo bebê,  traz consequências futuras para seu desenvolvimento. Mantidas por tempo prolongado causam encurtamentos musculares importantes e alterações biomecânicas. De uma forma mais clara, esses bebês terão dificuldade de manter a cabeça na linha média, de realizar junção de mãos, dificuldade na organização da postura em supino, dificuldade na transição do movimento de posições de prono e sentado, no engatinhar, e alteração na marcha (base alargada, pés em rotação externa, pronados e retardo da padrão calcanhar- ponta de pé).

Por esses motivos é fundamental o posicionamento adequado durante o período de internação. O posicionamento promove regulação do estado neurocomportamental e auto-regulação, promove suporte postural e de movimento, experiência sensório motora adequada, alinhamento biomecânico. Promove contenção e adaptação suave ao ambiente extra-uterino, além de melhorar função pulmonar, consciência corporal, sensação de segurança e desenvolve o tono flexor normal.

Portanto, a postura adequada deve ser: posição neutra do pescoço, protusão dos ombros, flexão do tronco, quadril e joelhos, posição neutra dos pés. Fisioterapeuta é sua função promover e realizar o posicionamento correto!!!

Fundamental!!!

Pena que a foto não condiz com a verdade da frase!!

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Sindrome do Desconforto Respiratório do RN

Síndrome do Desconforto Respiratório do RN foi inicialmente denominada de doença da Membrana Hialina Pulmonar, após a descrição inicial, em 1903. A incidência e gravidade estão diretamente relacionadas com o grau de prematuridade. Sua etiologia conta não somente com a deficiência do surfactente pulmonar, isoladamente, mas também, pela imaturidade pulmonar, ou seja, o desenvolvimento estrutural incompleto do parênquima pulmonar e a complacência exagerada da caixa torácica.
Na SDR “clássica” apresenta uma evolução clínica típica. Os sinais e sintomas são de inicio precoce, logo após o nascimento: taquipnéia, gemido expiratório, batimentos de asa de nariz, retração de caixa torácica e cianose. Nas horas subsequentes, observa-se piora progressiva do desconforto respiratório, atingindo o pico por volta de 36 a 48 horas, e uma melhora gradativa dos sinais e sintomas após 72 horas de vida. Nos casos de má evolução, os sinais clínicos acentuam-se com crises de apneia e deterioação do estado hemodinâmico e metabólico. Vale ressaltar que essa evolução clássica foi modificada com a instituição de medidas terapêuticas, como o suporte ventilatório precoce e o uso de surfactante.
As complicações observadas no curso da SDR decorrem basicamente do grau de prematuridade e da estratégia de tratamento adotada. As principais complicações são Sindrome de Escape de Ar, Persistência do Canal Arterial, Sepse, Hemorragia Peri/Intraventricular e Displasia Boncopulmonar.

Fisioterapia Respiratória

A fisioterapia respiratória não é um tratamento moderno. Desde 1901 o médico inglês Wiliiam Ewart utilizava a drenagem postural no tratamento de bronquiectasias, por meio da descrição da posição de Tredelemburg. De forma lenta, importantes descobertas foram descritas, e a partir de então, essas técnicas começaram a ser indicadas para prevenir complicações pulmonares pós-cirurgias e, em seguida, em doenças pulmonares agudas com hipersecreção.
Atualmente, com a necessidade imposta pelo mercado de trabalho de profissionais qualificados para a assistência na área pediátrica e principalmente neonatal, surgiram cursos de atualizações, aperfeiçoamento e especialização em fisioterapia, que atendem às especificidades dos pequenos pacientes, pois é sabido que as doenças da infância e a apresentação e respostas clinicas são diferentes das encontradas no adulto.
Ao fisioterapeuta que trabalha no hospital pediátrico ou que atende em ambulatório de crianças com doenças pulmonares, pode-se dizer que cada criança é única. Cabe ao fisioterapeuta conhece-la, identificar sua história, analisar seus exames radiológicos e laboratoriais e escolher dentre as técnicas de fisioterapia que melhor se adapta ao caso.
Novos conceitos foram introduzidos questionando as técnicas convencionais, que compreende as manobras de drenagem postural, pressão manual torácica, facilitação da tosse e/ou aspiração das VAS. Desde a dec. 60 as técnicas a fluxo estão substituindo-as, essas técnicas são baseadas na fisiologia e anatomia do aparelho respiratório, levando em conta a variação do calibre das via aéreas, a variação da velocidade do fluxo de ar e a reologia da secreção.

Dica importante: MAIS FORTE QUE A DMD

Ainda sobre o assunto de Distrofia muscular:
Irá ocorrer um Simpósio na cidade de Rio Claro – SP, organizado por uma mãe de uma criança com distrofia e amparada pela equipe especializada do HC de SP. Várias atualizações médicas e de tratamento serão abordados com profissionais gabaritados na área.
Para maiores informações entre no site:
http://www.maisfortequeadmd.com.br

Distrofia Muscular

Distrofias Musculares de Duchenne e Becker são expressões fenotípicas variáveis de um defeito genético no sítio Xp21. A probabilidade de uma pessoa do sexo masculino nascer com distrofia do tipo Duchenne é de 1/3.500. Estima-se que a cada ano nasçam 113 pessoas portadoras de distrofia muscular, somente na cidade de São Paulo, estes são dados do IBMEC, DATASUS e IBGE.

Seu produto genético anormal é uma redução do conteúdo muscular da proteína estrutural DISTROFINA. Na distrofia de Duchenne, o conteúdo de distrofina fica abaixo de 3% do normal, enquanto na de Becker é de 3 a 20%.
A diferença fenotípica entre as duas distrofias é que a de Becker tem início mais tardia (depois dos 5 anos), deambulação sem assistência depois dos 15 anos e sobrevida até a vida adulta. A característica inicial na maioria dos meninos com distrofia de Duchenne é um distúrbio na marcha, o inicio é sempre antes dos 5 anos e costuma até ser antes dos 3. Marcha digitígrada e quedas frequentes são as queixas típicas.
O declínio da força motora é linear durante toda a infância. A maioria mantém a marcha e capacidade de subir e descer escada até os 8 anos de idade. Entre 3 e 8 anos, a criança mostra contratura progressiva do tendão do tornozelo , aumento da lordose, marcha com báscula pronunciada e aumento da marcha digitígrada, presente o sinal de Gower (escalar o corpo para levantar-se do chão, forçando a extensão do MMII, devido sua fraqueza em quadríceps), panturrilhas pseudo-hipertorfiadas e fraqueza proximal dos membros superiores. Importante ressaltar que ocorre considerável variabilidade de expressão, mesmo dentro do fenótico de Duchenne.
Embora a distrofia muscular de Duchenne não seja curável, há tratamento. Além do medicamentoso, a fisioterapia tem seu papel fundamental. Os objetivos do tratamento são manter a função, impedir contraturas e manter a criança em pé e caminhando o maior tempo possível. Para isso é necessário, alongamentos passivos, exercícios aeróbicos, uso de orteses AFO (período noturno), lembrando sempre que é extremamente proibido o uso de CARGAS durante seus exercícios, o peso deve ser apenas do membro e contra gravidade.
Várias outras terapias atualmente estão sendo testadas para melhor proporcionar a qualidade de vida dessas crianças. Porém, o conhecimento ainda é precário entre os profissionais. Cuidados especiais devem ser dados, sempre tolerar o nível de fadiga, e proporcionar um atendimento globalizado, isso inclui capacidade respiratória, cardiovascular, muscular e psicológica.

Órteses

Uma órtese é um dispositivo externo que, aplicado ao corpo, produz uma força que age sobre esse corpo de modo a corrigir, sustentar ou estabilizar o tronco e/ou a extremidade. Muitos fatores entram nas decisões quanto ao uso e tipo de órtese, a coordenação entre os profissionais da saúde na elaboração dos objetivos de tratamento do paciente é essencial no processo de avaliação.
A órtese pode proporcionar função temporária ou permanente. Se o objetivo da intervenção ortética for corrigir o alinhamento, deve ser analisado vários fatores como: se pressão exigida para manter o alinhamento será suportada pelo tecido mole suprajacente, se o desalinhamento é devido fraqueza muscular e se a nova posição irá tornar a articulação instável. Podem ser dinâmicas ou estáticas.
Avaliação: a avaliação do paciente neurológico deve ser abrangente. O diagnóstico alerta o terapeuta quanto as manifestações possíveis do quadro, mas não descarta uma avaliação completa. Isso inclui: ADM, FM, propriocepção, sensibilidade cutânea e integridade do membro lesado ou coluna. Além disso o contexto familiar e domiciliar do paciente.

Autor: ROMANI, M.F.E.